Os futuros da soja e do milho negociados na Bolsa de Chicago fecharam o dia com boas altas nesta quinta-feira (6) e entre os vetores de avanço dos ganhos foi a Medida Provisória nº 1.227/24 que propõe mudanças no uso dos créditos gerados pelos PIS/Cofins no Brasil, como explicou a equipe da Agrinvest Commodities. "As incertezas envolvendo o Brasil como exportador", disse a consultoria, estiveram no radar dos traders e ampliou o espaço para a recuperação dos preços.
Assim, as cotações da soja fecharam encerraram a sessão com altas de 16,50 a 22,75 pontos, com o julho voltando aos US$ 12,00 e o novembro, referência para a safra americana, com US$ 11,67 por bushel. Já entre os preços do milho na CBOT, as altas variaram entre 9,50 e 12,75 pontos, com o julho valendo US$ 4,52 e o dezembro, US$ 4,69 por bushel.
Desde ontem, as empresas compradoras de grãos estão fora do mercado, com dificuldades para ofertar preços diante das mudanças. A Abiove (Associação Brasileiras das Indústrias de Óleos Vegetais) e a Aprosoja Brasil já se manifestaram sobre os impactos entre os mercados de grãos e no complexo soja, inclusive sobre a limitação de competitividade que uma medida como esta traz aos produtos brasileiros.
Em um momento em que a demanda por soja estava concentrada no Brasil e prestes a atrair uma demanda maior pelo milho, com a intensificação da chegada do grão da segunda safra, a notícia chegou como um desestímulo bastante agrressivo. Na análise do advogado tributarista, Leonardo Amaral, do escritório Melo & Amaral Advogados, esta foi uma "medida covarde" vinda do Governo Federal e que, acima de tudo, não respeita o período de transição necessário para o contribuinte.
Além disso, ainda avalia como legítimo e compreensível o comportamento das empresas ao se retirarem do mercado diante de tantas incertezas e inseguranças.